Eu Mato Fuscas | Capítulo 03

É comum nos seres pensantes o sentimento de que tudo à sua volta conspira contra. Mas a verdade é que ninguém liga. Porém, como a vida no universo é cruel, sempre que uma coisa é importante, automaticamente ela se perde, desaparece, casa muda e não te convida ou morre. Vem daí a neura existencial.

EU MATO FUSCAS

Sunça

2/13/202312 min read

É comum nos seres pensantes o sentimento de que tudo à sua volta conspira contra. Mas a verdade é que ninguém liga. Porém, como a vida no universo é cruel, sempre que uma coisa é importante, automaticamente ela se perde, desaparece, casa muda e não te convida ou morre. Vem daí a neura existencial. A morte poderia ser algo bom e salutar que daria fim a conturbada existência que, a todo momento, passa por um doloroso processo de impeachment. Mas é encarada com medo, preocupação e interesse mórbido. Existir é um problema tão grande, que a maioria dos seres matam uns aos outros apenas por terem diferentes teses sobre o que acontece na pós-existência.

Tel nunca pensou muito sobre isso, mas devido aos últimos acontecimentos sua minhoca intelectual fermenta.

- Malditos Fuscas. - Grita o rapaz ao ver sua casa em chamas. - Querem me tirar tudo!

- Bora Tel. - Nessa sabe que os Fucas estão passos à frente dos dois. - Peraí, cê sabia sobre os Fuscas?

- Sabia não, mas desconfiava. Ninguém acredita em mim.

- Do que cê tá falano?

- Dezenove anos atrás tava viajano com minha família. Era férias e a viagem tava ótima. Eu brincava de mata fusca.

- Mata Fusca? Sua família é de caçadores?

- Não.

- Uai? - Nessa fica impaciente.

- Não vai deixa eu conta?

- Conta aí.

Apesar da total indiferença dos humanos, Salsicha presta atenção no assunto e acompanha a conversa dos amigos. Está muito interessado e olha de um para o outro compenetrado até que perde completamente o interesse e decide que era muito mais legal correr atrás de seu próprio rabo.

- Eu ia dizeno... - Implicou Tel - Eu tava matano fusca.

- Não explica?

- Posso fala?

- Jezuis... - Nessa entende porque aquele jovem é tão solitário.

Tel explica como funciona a viciante e divertida brincadeira de matar fusca. Enquanto conta, se contorce, gesticula e se alegra lembrando dos velhos tempos de matador de fusca. A infância é uma época áurea e, especificamente para Tel, é também o pior e mais doloroso momento da vida. Pelo menos até agora.

- Aí eu matei o Fusca azul calcinha e o maldito acabo com a minha vida!

- Pera aí! Cê perdia procê mesmo? Tem base?

- Quê sabê o que rolô? - Pergunta Tel irritado.

- Ue... Quero!

- O Fusca não tinha motorista.

- Eita?! - Nessa fica sem palavras.

- Ele percebeu que eu tava brincano de matar fusca.

- Como cê sabe?

- Ele pisco para mim.

- Tendi. - Ela sorri forçado e olha para o publicitário.

- Sério! Ele pisco o farol direito duas vezes para mim. Deu até uma buzinadinha.

- Como ele matou seus pais?

- Não matô. Ele ficou de zueira, fazeno manobras radicais, empinano e andano de ré...

- Seus pais não viram?

- Não! - Responde triste.

- E o que matô seus pais?

- Uma vaca.

- Ai que gastura docê. Isso é bovinofobia?

- Eu não tenho medo de vacas! - Tel responde rispidamente.

Salsicha se interessa novamente pelo bate-papo dos amigos. Em parte porque ele está entediado, mas também porque, assim como Tel, ele não gosta de vacas. Ele na verdade sofre de bovinofobia e rapidamente volta a ignorar os amigos e se esconde embaixo do banco. Deus livre ele de encontrar alguma vaca.

- É verdade! Quando o Fusca parou com as brincadeiras, ele encasquetó com uma vaca. Ganhou velocidade e acertô ela em cheio. A vaca saiu girando no ar e aterrissou no carro.

- Tendi. A pancada mato seus veio.

- Não. Amassou bem o carro, machucô nois, mas ninguém morreu.

- Ai ai... - Nessa tenta se lembrar de como a vida era menos sofrida antes de conhecer aquele sujeito.

Tel continua - A batida desloco o carro pra contramão, niqui vinha um caminhão. Ele tentô parâ a tempo mais não rolô. Esmagou a frente do carro. Só acordei uns dias depois no hospital.

- Cê não contou sobre o Fusca?

- Contei ué! Ninguém acreditô. Ficavam me olhano com gastura.

Enquanto conversam, o Puma segue em velocidade normal, se camuflando pelas ruas de BH. Nessa conduzia com habilidade o veículo. Saiam da zona sul em direção a zona norte da cidade. A mulher está encucada. Os Fuscas estão movimentos à frente, antes de sair da cidade é preciso descansar e repensar os próximos passos. Passam novamente pelo centro da cidade, Tel observa calado os prédios, ruas e avenidas. Tudo parece diferente, anos e anos vivendo naquela cidade sem nunca perceber a real verdade. Devagar o Puma para em um sinal vermelho. O rapaz olha atento pela janela observando a bela arquitetura neoclássica da construção. Olhando para o largo da Praça da Estação analisa a estátua de bronze que homenageia os herois da inconfidência. Sua atenção se volta para o outro lado da avenida Andradas, no jardim da praça, ele observa grandes estátuas de leões e tigres em mármore. Aquelas figuras sempre incomodaram Tel. Porque leões e tigres? Pensa que seria melhor outro animal mais representativo pra Minas, ou pra Belo Horizonte. Porque não uma capivara? Isso! Capivaras soam melhor para um monumento na capital mineira. O sinal abre e o Puma segue pela avenida dos Andradas, desembocando na avenida do Contorno, rumo ao viaduto Dona Margarida Genaro. “Capivaras são demais!” pensa o rapaz.

- Tamô ino pra Pampulha? - Pergunta Tel assim que consegue se desprender de seus pensamentos sobre capivaras.

- Temô que planeja melhor nossos passos. Sei de um local seguro.

- Você é de BH?

- Não. Minha família é de Barroso, nasci em Barbacena. Desde menina rodo por toda Minas Gerais com meu pai.

- Rodava? Cadê seu pai?

- Tá morto.

- Meus sentimentos. Tem muito tempo?

- Tem tempo, eu tinha treze anos. Ja fais trinta anos...

- Também tinha treze no acidente que mantô meus pais! Que coincidência...

- Não existe coincidência! - Diz a mulher de forma ríspida e sincera - Ele foi assassinado por um Fusca azul calcinha. Percebe?

- Uai? O mesmo? - Pergunta o jovem comunicólogo demonstrando que seu raciocínio caminha com a celeridade de uma tartaruga cansada e perneta.

- Claro Tel. Assim que as perebas funcionam.

- E sua mãe? - Pergunta o publicitário.

- Morreu em oitenta e seis.

- Ano que nasci. O que rolô?

- Num sei direito. Meu pai não conversava disso. Só sei que numa manhã de sábado ela me levou para brincar na praça Santana em Barroso, enquanto eu brincava minha mãe sumiu e nunca mais voltô. Desde então a gente abandonô a cidade e passô a roda pelo estado atrás de Fusca. Cresci na luta.

- Um Fusca matô ela? - O rapaz percebe que sua vida, apesar de difícil, era repleta de privilégios.

- Pai sempre culpô o Fusca Azul calcinha. Perseguimo ele por tudo que é canto e quando achamo, pai morreu. Pelo menos ele matô vários Fuscas no caminho.

O carro pega uma saída a direita, abandonando a avenida Antônio Carlos em direção a avenida Abrahão Caram. O tempo dentro do Puma se divide entre conversas rápidas e intensas e pausas pensativas. O efeito das conversas é pânico, desespero e mostra que existir não é uma ideia tão boa assim. Não à toa, a maioria da existência procura maneiras mais fáceis de suportar a vida.

Na frente do Mineirão, mais uma vez, Tel é lembrado de como sua vida mudou.

- Será que vô podê vê o Galo de novo? Pensa em voz alta.

- Claro. - Constata a caçadora - O Galão vai continua jogano, é difícil ir ao jogo enquanto nois luta uma guerra secreta contra os Fuscas, mas tudo é possível. - Ela tenta animar o rapaz que acaba de perder tudo - Isso se a gente não morrer! - Nessa fracassa miseravelmente em sua intenção inicial.

Pela primeira vez, viram que tinham algo em comum: O time de futebol. Pode parecer pouco, mas torcer para o mesmo time de futebol, já criou amizades, gerou famílias e até deu qualidade de vida a casais. É bem saudável. Quando as pessoas torcem para times rivais, a situação é outra. A diferença cria inimizades, divide famílias e termina relacionamentos. O futebol é assim, amor e ódio.

Nessa encosta o carro na orla da Lagoa da Pampulha e diz para Tel esperar. A mulher desce atravessa a avenida Otacílio Negrão de Lima e entra em uma padaria. Enquanto espera ele observa a lagoa. É de tardinha e está um clima agradável. Aquele momento mágico quando o dia começa a terminar e tudo parece lindo, suave e tranquilo. Até o terrível ataque de um jacaré a uma família de capivaras, não consegue tirar a paz de espírito do crepúsculo vespertino. O que atrapalha são os latidos insanos de Salsicha que criam uma ambientação de terror para a cena sanguinolenta na orla.

Após alguns minutos a mulher sai da padaria e atravessa a avenida. Pela primeira vez Tel repara como Nessa é atraente e estilosa. Seu cabelo afro, preto e volumoso, brilha na luz do entardecer. Dentro de seu top preto e calça jeans o corpo triangular é imponente e sexy. Sua cintura é emoldurada por uma pequena pochete e nela um ioiô dependurado. O rapaz imagina como deve parecer um menino perto daquela mulher. Quando Nessa entra no carro, Tel está com uma expressão de babão e besta ao mesmo tempo.

- Tira os zoio! - Diz Nessa.

Tel retoma o controle de suas funções e diz:

- Pra quê o ioiô?

- É meu treco.

Junto a sua colega adentra o veículo um odor maravilhoso. Um cheiro tão bom que poderia facilmente encerrar conflitos e terminar guerras interplanetárias, ou então causá-las. É tão maravilhoso que derruba as defesas de qualquer ser existente no universo. Algo capaz de trazer alegria, prosperidade e satisfação para quem tiver o privilégio de sentir aquele sabor em sua boca.

- E esse pão de queijo? É pra quem? - Diz Tel aguado pela iguaria celestial.

- É pra a Ana. Ela é apaixonada por pão de queijo.

- Ana?

- Sim. É pra ela que vamo pedir ajuda.

Após alguns minutos os três chegam ao local de destino. Um ambiente que normalmente é iluminado, barulhento e feliz. Perfumado pelo aroma de pipoca e pelo cheiro do néctar dos deuses conhecido como churros. Naquele momento o lugar é escuro, frio e silencioso. O aroma é uma mistura de óleo, xixi e cachorro molhado.

- É aqui? Pergunta Tel sem acreditar.

- Aqui vamo mocâ o carro. Porque?

- É que... O Guanabara não parece um esconderijo muito secreto.

O Puma vira na rua lateral e entra pelo acesso de trás do parque. Atravessa o estacionamento em direção a uma lona, desacelera e pára em frente. Nessa buzina três vezes e pisca o farol. A lona se abre, o carro entra e a lona se fecha, na frente deles um piso de madeira se levanta e eles seguem rumo ao subterrâneo.

O andar secreto do Parque Guanabara já foi um ponto de encontro de caçadores, um local para comprar suprimentos e deixar carros escondidos quando necessário. Agora parece um depósito velho e abandonado. Ao fundo do recinto próximo a um elevador improvisado um senhor os aguarda. Os três descem do carro e Nessa parte em direção ao velhinho.

- Seu Juca, saudade docê! - Ela abraça o velho. - Esse é Tel. Tel esse é o Seu Juca Chico.

- Prazer conhecê ocê! - Tel estende a mão e o velhinho a aperta.

- Bom conhecê ocê também. - Diz o senhor que olha para Nessa e fala - Deram sorte de eu tá aqui. Toma procês!

Seu Juca entrega para eles uma bolsa caseira feita de uma saca de café. Dentro estavam um pequeno saco com grãos de café, uma garrafa de pinga, doce de leite, goiabada cascão e uma peça de queijo canastra.

- Ieu mesmo que desci da serra com esse queijo. - Diz orgulhoso Juca Chico.

- Brigada. Preciso deixa o carro aqui, por um ou dois dias. Enquanto penso nos próximos passos.

- Problemas minha fia? - Diz Juca com a serenidade de quem já passou por muita coisa na vida. Ele olha para Tel e diz - Essa aí já nasceu na luta.

- Tem Fusca atrás dele. - Explica Nessa.

- Uai?! Agora eles persegue zé ninguém?

- Pois é! Tem caroço nesse angu. Temo que entendê os porque das coisas. Até ontem ele era um Jacú.

- Eita sô! Esses Jacú me mata de ri. Adoro vê eles correndo atrás das luzinha do Guanabara sem saber da real verdade. - Sorri e ri o senhor.

- Cês podiam para de fala de mim na minha frente? - Constata o jovem que não gosta de ser ignorado.

- Rá rá rá... Eita que esse aí sabe neca de pitibiriba! Constata o senhor em gargalhadas.

Nessa e o senhor caminham rindo em direção ao elevador improvisado. Tel aperta o passo para se unir aos dois quando nota que Salsicha não está com ele. Ele olha para trás e vê que Salsicha está assustadíssimo perseguindo o próprio rabo. Como olhou para trás sem desacelerar, o jovem não teve tempo de olhar para frente e ver uma panela de ferro fundido em um fogareiro. Ambos acertaram de forma incisiva e cruel um nervo próximo ao joelho do publicitário. Que cai no chão chorando e esgoelando de dor.

- Tá certa de que esse aí não é Jacú? - Indaga o velho.

- Pois é... Tem base?!

Topar com certas partes do corpo em quinas parece ser uma das piores dores possíveis de se afligir em um ser existente. E de fato é. Alguns pensadores e pesquisadores dedicados no estudo da pós-vida afirmam que o inferno é um eterno ciclo de topadas em quinas. O momento de topada em quina é percebido como azar ou jeito desastrado. Porém é na verdade uma tentativa do universo de dizer que tudo não vai bem e que você não sabe de nada. É também um recurso muito utilizado pelo Karma para tentar igualar as coisas.

Nessa, Juca e Salsicha caminham pelo parque escuro. Tel acompanha como pode. É bonito o carinho que a mulher e o velho nutrem um pelo outro. Juca trata Nessa como uma neta, ela o trata como seu querido avô. A mulher escuta atentamente cada palavra daquele senhor, respeita sua sabedoria e sua trajetória. Conversam muito sobre os velhos tempos, as lutas deles e de seus antepassados. Sobre os embates com Fuscas, milicos e capitães do mato. Tel segue em silêncio sua vida não tinha sido fácil ficou órfão menino. Mas cresceu com o carinho e amor de sua vovó Márcia, convivendo com as primas e tios. Brincou, estudou em bons colégios, entrou na UFMG e se tornou um comunicólogo. O que parecia ser difícil, agora parece um passeio em um parque de diversões. Teve e têm muitos privilégios que possibilitaram suas conquistas. A verdade é que tinha sido fácil. Era mesmo um Jacú.

Nessa dá um longo e caloroso abraço em Seu Juca Chico na sequência, Tel aperta a mão do velho. Juca olha pro rapaz e diz: - Tê agora não tendi que esse aí tem de mais.

- É o que precisamo entende. - Confirma Nessa.

- Tenho nada demais. Deve de se um engano. - Desabafa Tel.

- Uai!? Té agora ele num entendeu como as coisa funcionam. - Ri o velho - Vou te dá um conselho: Um dia é do Fusca, o otro, do caçadô. Cuidado.

- Bença Seu Juca, vamo lá na Ana. Despede a mulher e começa a descer as escadas do parque em direção a lagoa.

- Manda beijo. Diz Juca voltando pra dentro e trancando o portão.

Os três seguem caminhando pela orla da lagoa. O joelho de Tel dói menos, caminha com mais facilidade, mas sua cabeça está a mil. Que diabos ele fazia ali? Logo ele, nascido e criado Jacú.

- Só tá difícil entender meu papel nisso tudo. - Choraminga o rapaz.

- Queremos descobrir isso, uai! Cê tá acostumado a ser o centro das atenções?

- Calma. É só que vocês são guerreiros de verdade, e eu sou só...

- Privilegiado. É fácil vê Tel! - Diz a mulher em uma pequena explosão de raiva. - Me desculpa. Não é nada com cê, tô ansiosa. Vai ser estranho encontra a Ana de novo.

- Que aconteceu?

- A gente teve um caso.

- Sua ex?

- Tipo isso.

- Nú! Tamo sem rumo, sem saber o que faze, precisano de socorro e vamo bate na porta da sua ex?

- Isso.

- Termino bem?

- Eu diria que não.

Salsicha se diverte com a brisa noturna e corre pela grama na frente de seus amigos. Corre e volta, corre e volta, corre e para. Cheira ferozmente um buraco na grama se ajeita e passa um fax. A caminhada é curta e logo os três param em frente a uma bela construção de concreto armado. Uma estrutura ousada que em sua abóbada passa o sentimento de movimento e continuidade. Tel olha para aquela capela sedutora e diz:

- É aqui?

- Sim. Espero que ela esteja em casa...

- O esconderijo da sua ex é na Igreja da Pampulha?

- Vêm Tel.

Por uma entrada secreta na lateral o grupo entra na Igreja de São Francisco de Assis e segue pelo salão. Tel observa a Via Crúcis nos painéis de Cândido Portinari. Eles chegam ao púlpito da capela Nessa adentra a estrutura cilíndrica e sinaliza para o rapaz e seu cachorro subirem. Ela se prepara, enche o pulmão de ar e assovia imitando o canto de uma Graúna. Nas últimas horas, Tel tinha visto muitas coisas estranhas e aquilo definitivamente entrou para conta. Segundos após Nessa terminar o assovio as luzes da igreja piscam três vezes.

- Tá em casa. Se segura!

Lentamente o chão começa a girar e movimentar para baixo. O púlpito cilíndrico é um elevador que desce alguns metros e para em frente a um pequeno corredor. Assim que o grupo desce, o piso se eleva e fecha a entrada secreta do esconderijo. Eles aguardam em frente a porta do que parece ser uma entrada de roça subterrânea. Nessa olha de forma séria e incisiva para Tel:

- Fica de boa.

A maçaneta gira lentamente e a porta abre e revela um aconchegante casebre. É possível ver algumas redes penduradas, uma cozinha de alvenaria com fogão a lenha, pilastras com luminárias, um sofá e uma tv. Pela casa é possível observar algumas miniaturas de Fusca em estantes, mesas e armários. Tudo parece muito gostoso, confortável e extremamente comum. Exceto pela figura que abre a porta. De pé, com braços cruzados e cara fechada está uma linda capivara.

Oi Ana. - Diz Nessa. - Trouxe pão de queijo.

Publicado em 13/02/2023